Um bairro que até então era tranquilo.
Povo meu, hoje fiquei de boca aberta durante uns
dez minutos
sem
saber o que pensar e o que fazer.
Moro há 28 anos no Bairro Padre Belisário em Campo Grande –
RJ e nunca vi uma coisa tão absurda assim. Posso declarar que a minha infância e juventude foi marcada
por rodadas de queimada e esconde-esconde até alta horas na noite e nunca tivemos problemas com violência. Um assalto ou outro a residência era o que marcava pelo
menos uns dois ou três anos de lembrança de tão escasso que era o ocorrido.
Me lembro de colônia de férias, ginásticas com a casca dura
do coco seco com a avó do Daniel (será que era avó ou tia?). Queimada dos
adultos, festa junina, chegada do Papai Noel e muitos outros eventos.
Medo?? Medo a gente tinha do falecido e lendário Mineiro, esse era um bêbado
que vivia pelas ruas do bairro com um cheiro que só ele tinha. Mineiro quando
se foi deixou saudade, esse era o motivo de boa parte de nossa diversão e
preocupação, pois é, Mineiro chegava no Bairro algumas vezes todo
machucado. Ficava claro que tinha sido espancado em algum bar de Campo Grande.
Triste é lembrar do Mineiro naquela situação e pensar que a
poucos dias uma mulher se encontrava na mesma situação pelas ruas da Padre Belisário. Só que essa bêbada não estava, apenas voltava para casa depois de um
dia de trabalho.
Incomum isso né???
Também acho, além de incomum triste e
revoltante.
Ao subir uma das ruas do bairro um carro parou bem próximo a
ela e o motorista anunciou o assalto, infelizmente ela travou o braço negando
em expressão e ação a entrega da bolsa. Tanto o motorista quanto o carona
saíram do carro e agrediram a mulher com socos e chutes tão fortes ao ponto de
causar traumatismo craniano nela. As agressões só cessaram quando o pai do
Gordinho (apelido de infância de um amigo do bairro que neste momento não
consigo lembrar por nada o nome dele e nem pai dele) ouviu o murmuro de tudo e
correu para ajudar. O mesmo não teve muito sucesso, pois foi censurado quando
um dois homens o ameaçou com uma arma.
Hoje esta mulher já está em casa com a família, mas sua vida
não será mais a mesma. Devido ao traumatismo ela está sofrendo desmaios e
desenvolveu síndrome do pânico. Os boatos são que ela que vender a casa e sumir
daquele bairro, daquele lugar. Chato pois lembro de seus filhos crescendo
naquela rua, usando aquele campo de futebol e a pracinha.
Chato é imaginar que meus filhos não terão a mesma
infância
que a minha naquele bairro,
naquelas ruas.
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